Inflação: Com a pandemia houve aumento de 83%
Inflação nada mais é do que aumento contínuo e generalizado dos preços em uma economia.
A inflação segue sempre sendo uma preocupação para a economia brasileira.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), mostra que em 2021, o Brasil possui uma inflação mais alta de 83% dos países pelo mundo.
Segundo a pesquisa, 159 países de uma lista com 191 apresentaram uma taxa de inflação menor do que a taxa brasileira.
Isso é algo que preocupa tanto os economistas do país, quanto a população consumidora.
Por isso, agora veremos os 4 principais motivos de inflação brasileira ser mais alta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fez um cálculo em outubro de 2021, onde a inflação alcançou 1,25%. Sendo essa a maior variação para o mês desde 2002.
Com o resultado, a inflação no acumulado em 12 meses chegou a 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016.
Segundo economistas ouvidos pelo InvestNews, no Brasil, os principais fatores que têm pesado no aumento de preços são:
1. Crise hídrica
A falta de chuvas, reservatórios com níveis baixos e maior demanda por energia fizeram o Brasil viver a pior crise hídrica registrada nos últimos 91 anos. A consequência disso é o encarecimento da energia elétrica, que impacta no aumento de preços na economia.
No mês de agosto de 2021, foi anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o governo a bandeira tarifária “escassez hídrica”, que trouxe aumento adicional de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados.
A medida gerou impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA de junho, por exemplo, que ficou em 0,53%, puxado pela alta da energia elétrica.
A conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês, respondendo por 0,09 ponto percentual do IPCA de junho.
2. Combustíveis
Como a utilização dos combustíveis é algo que impacta outros preços do mercado, o aumento do preço acabou puxando a inflação brasileira no mês de agosto, que ficou em 0,87%, a maior alta para o mês desde 2000.
Segundo dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), neste ano até setembro, os preços de revenda subiram, em média, 28% no diesel e 32% na gasolina.
De forma geral, os dois fatores que impactam o aumento do combustível são, o dólar e o petróleo.
Com a pandemia do Covid-19 e as medidas de restrição, causou uma queda dos preços o que provocou um aumento da oferta e demanda. Isso aconteceu principalmente com a retomada das atividades presenciais.
3. Dólar
Com o dólar sendo a moeda padrão, ele acaba sendo a influência de todo o mercado internacional.
Neste ano, até 9 de novembro, a cotação da moeda norte-americana bateu seu recorde de fechamento no dia 9 de março, a R$ 5,79.
Alguns motivos puxam a cotação do dólar para cima aqui no país, como risco fiscal, incertezas com relação à economia brasileira, além da falta de avanço das reformas.
Estes fatores acabam fazendo com que os investidores estrangeiros deixem o Brasil, diminuindo a quantidade de dólares no país, aumentando a taxa de câmbio no mercado interno.
Veja mais sobre o motivo do aumento do dólar em:
4. Alimentos
A alta do dólar, também influência o aumento no preço dos alimentos.
A cotação das commodities agrícolas, por exemplo, é em dólar, o que colabora para a alta dos preços.
Ainda como reflexo do avanço do dólar, fica mais vantajoso para produtores venderem para fora do país do que para o mercado interno, o que acaba impactando na redução da oferta e promovendo a subida dos preços.
Perspectivas para a inflação
Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ouroinvest, avalia que o cenário é bastante desafiador para o quadro inflacionário no Brasil.
“É possível que a gente veja uma melhora no médio prazo após o aperto monetário que o Banco Central já vem fazendo. Caso o dólar continue em patamar elevado, podemos ver pressões mais elevadas nos preços ainda mais para a frente”, considera a economista.
Já Camila Abdelmalack acredita que um cenário mais construtivo para 2022 e 2023 é contornar o processo de alta do dólar, recuperando a confiança na condução da política fiscal brasileira, o que vai contribuir para estancar a desvalorização da taxa de câmbio, consequentemente, colaborando para uma inflação menor nos próximos anos.
“Todo esse processo de elevação da taxa de juros, que pode terminar no 1º trimestre de 2022 no patamar de 11%, vai ter um efeito, sim, na desaceleração do cenário inflacionário. Ano que vem, devemos ter um quadro inflacionário um pouco melhor do que de 2021, mas ainda assim suscetível a bastante incerteza por causa das questões fiscais que batem na taxa de câmbio”, destaca.
Lidar com a inflação brasileira nunca é uma tarefa fácil, e com a economia mudando a cada segundo, é comum que os preços subam.
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