Telemedicina: A nova era da medicina moderna
No último dia 30 de janeiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou uma nova regulamentação para a telemedicina no Brasil.
Parece algo novo, porém, há 30 anos aguardamos por essa resolução no país, onde já era permitida a prestação de diagnósticos médicos a distância, por meio da tecnologia – porém com diversas ressalvas e regras engessadas.
O atendimento à distância vem sendo permitido pelas inovações tecnológicas e sendo aderido, cada vez mais, em todo o mundo.
Desde quando o telediagnóstico já era regulado, pudemos criar um modelo de fornecimento de laudos cardiológicos a distância. Isso em 1993, quando o telefone analógico era nossa única ferramenta para transmissão dos dados.
Na telemedicina, as tecnologias de comunicação e informação são utilizadas para realizar a consulta, sem que o médico precise ir ao encontro do paciente e vice-versa.
O atendimento pode ser feito por videochamada e os sinais vitais do paciente podem ser monitorados por sensores ligados a um aparelho móvel, por exemplo. Mas em que isso implica?
É compreensível que por muitos anos, mesmo após a chegada da internet rápida e da constante evolução tecnológica nas áreas da comunicação e hospitalar, ainda tenha engatinhado o processo de aprovação de novas formas de consulta a distância.
Afinal, era preciso que todo o ciclo de envio de dados, imagens, impressões e áudio fosse seguro e eficaz o suficiente para que os médicos pudessem garantir o melhor diagnóstico e a melhor conduta de tratamento, mesmo sem estarem presentes no ambiente do paciente.
Apesar de precisar de algumas coisas essenciais, como bom acesso à internet e alguma forma de assegurar a segurança do paciente, tendo uma plataforma onde a confidencialidade dos dados possa estar garantida, o sistema de telessaúde pode trazer muitos benefícios, como diminuir os custos e atender áreas menos favorecidas.
A telemedicina pode ser a solução para muitos problemas da atenção à saúde em vários lugares do mundo.
Os telediagnósticos continuaram cada vez melhores e mais rápidos, apesar de ainda ser necessário encaixar o serviço nas normas rígidas do início dos anos 80. Hoje, a capacidade da tecnologia é imensurável e cada vez a custos menores.
Por isso, esse cenário favorável e a inegável necessidade do Brasil por médicos especialistas em diversas áreas longínquas do país e seus escassos investimentos em saúde, já era esperado que a regulamentação finalmente abrisse as portas para mais atividades médicas, ainda mais capazes de salvar vidas a quilômetros de distância.
No Brasil, a telessaúde ainda é um termo muito utilizado para nomear os serviços de médico pra médico, onde hospitais disponibilizam profissionais para esclarecerem dúvidas ou conversarem por meio de sites ou plataformas online.
Porém, também já existem exemplos de sucesso na implantação do conceito da telemedicina relacionada a atendimentos a pacientes.
O Programa de Telemedicina do Amazonas, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) em parceria com as universidades Federal (Ufam) e Estadual (UEA), é um desses. Mais de 1 mil consultas cardiológicas e 150 mil exames de eletrocardiograma com emissão de laudos já foram realizados em cerca de 60 municípios do estado.
São teleconsultas, cirurgias robóticas e outros serviços que agora podem ser realizados, desde que haja o equipamento adequado e um médico, ator principal desse cenário, em uma das pontas do processo.
A rapidez da telemedicina é infinitamente maior do que o atendimento presencial. Muitos casos não emergenciais podem ser tratados sem que os Pronto-Socorros fiquem lotados, isso tanto no âmbito da saúde pública quanto privada.
O Estado, aliás, deverá olhar com mais atenção para a possibilidade de contratar serviços médicos via telemedicina, melhorando e agilizando a atual baixíssima capacidade de atendimento em áreas remotas.
O telediagnóstico, que já acontece há mais de duas décadas, não tinha permissão para transcender os laudos, ou seja, o médico que laudava um eletrocardiograma ou um encefalograma, não podia sugerir nenhuma conduta a distância, sendo necessário, para isso, a presença de outro médico ao lado do paciente.
Com a nova resolução, será possível fechar todo o ciclo do atendimento, facilitando o processo e salvando mais vidas.
Agora, o Brasil entra numa nova era do atendimento médico. Mas, na mesma medida em que o Conselho Federal de Medicina abriu e ampliou as possibilidades de atendimento, diagnóstico e consulta a distância, a entidade também criou regras que protegem a segurança dos dados e aumenta a responsabilidade do médico sobre as informações captadas, seja por meio de vídeos, áudios e impressões de exames.
O prontuário do paciente deve ser armazenado e protegido pelo profissional da saúde que realiza o atendimento por meio da telemedicina.
Os ganhos são indiscutíveis. O Brasil, um país de dimensões continentais, que possui especialistas concentrados nas capitais e hospitais com poucos recursos ou até mesmo a ausência deles em algumas localidades, precisava urgentemente se valer da telemedicina.
Nos Estados Unidos, a área de saúde comportamental vem investindo nesse método de atendimento para pacientes com transtornos mentais. Segundo um estudo da PwC, 43% das pessoas com mais de 45 anos preferem utilizar a telemedicina para se consultar com um médico desse campo; entre os mais jovens (18-44 anos), esse número chega a 72%.
Também no país, já foi inaugurado o primeiro hospital totalmente virtual, utilizando esse método. O Mercy Virtual Care Center, inaugurado pelo Mercy Hospital, é uma instalação sem nenhum leito que faz as consultas online, sem que o paciente precise fazer várias viagens desnecessárias ao hospital. Aberto desde 2015, os atendimentos e internações já diminuíram mais de 30%.
Profissionais de saúde e a Telemedicina
Seja pessoal ou virtualmente, o mais importante é manter a ética profissional. Conseguir uma maneira segura de armazenar os dados do paciente e preservá-los, registrando todas as condutas e cuidados; ver qual modalidade se encaixa melhor para cada paciente; e saber se vai conseguir manter um bom relacionamento médico-paciente mesmo na esfera virtual são algumas questões a serem levadas em consideração.
A Associação Paulista de Telemedicina (APM) divulgou uma pesquisa inédita, realizada entre 15 e 25 de março de 2019. O intuito do levantamento, com 1.614 entrevistados, foi compreender melhor como os médicos paulistas reagiram após o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicar, em 7 de fevereiro, a Resolução no 2.227/2018, que definia e disciplinava a Telemedicina, e revogá-la no dia 22 do mesmo mês. Confira algumas
Conclusões divulgadas:
-
98,7% dos médicos concordam que as soluções digitais trazem avanços para o atendimento aos pacientes;
-
Seja para observação dos pacientes ou para otimizar as consultas, os médicos do estado de São Paulo têm as novas tecnologias incorporadas ao seu dia a dia. Hoje, são 82,65% os que registram usá-las em seus consultórios, clínicas ou hospitais;
-
50,74% são favoráveis à prescrição eletrônica, após consulta presencial, enquanto 49,26% se manifestam contrariamente.
-
Por outro lado, 45,04% concordam com consultas a distância, após uma presencial, e 54,96% não;
-
83,89% os que acreditam que os aparelhos celulares serão capazes de funcionar como guardiões da saúde, possibilitando que as pessoas monitorem certos aspectos da saúde em suas próprias casas.
-
Também é expressivo, 84,57%, o grupo favorável a que as informações de saúde dos cidadãos sejam disponibilizadas em nuvem digital, com proteção de dados, mas acessíveis aos médicos.
-
93,68% entendem que o compartilhamento de informações pode ser benéfico aos profissionais, aos pacientes e ao sistema.
Por mais que a tecnologia esteja evoluindo rapidamente é sempre importante lembrar que a saúde é o bem mais importante do ser humano e por isso deva ser preservada, dito isso apostar em algo novo pode ser muito bom, mas devemos sempre ter atenção para que tudo seja feito corretamente.
Gostou do post? visite nosso blog para entender mais assuntos como esse.
Para mais infos:
E-mail: ana.paula@helptechnology.com.br
Whatsapp: Ana Paula Mota
Telefone: (11) 4746 8556 (São Paulo)
Telefone: 0800 591 5517 (demais localidades)